Estava ouvindo um serviço de transferência de música digital e, de repente, veio o convite para ouvir um podcast.
Aceitei.
Tratava, ao mesmo tempo de viagem no tempo e uma pandemia que dizimou quase toda a humanidade em 2063.
Possível? Penso que sim, é possível retornar no tempo.
Não fisicamente. Não estar fisicamente lá para fazer mudanças que gerem um paradoxo.
Mas através das memórias. Das lembranças.
Retornei.
Já haviam passados 2 anos desde o último aceno.
Aliás, a tentativa de aceno foi ignorada.
No tempo, esquecida.
Não existia razão mesmo para qualquer réplica.
Era um ato sem justificativa. Esqueci.
De todas as redes sociais era que menos usava.
Dois anos depois um bip: “-Oi, como você está?”
Quem será. Curioso, fui ver de quem se tratava,
A conversa foi curta. “- Como eu estava me sentindo?”
Estou bem. E você?
“- Também. É início de pandemia.”, continuou
“- Mas tudo vai passar rápido.”
“- Em poucos dias toda esta rotina de confinamento não existirá mais.”
Sobre o que eu esperava da pandemia, não sabia o que pensar.
Dizendo a verdade, nem imaginava a extensão de uma pandemia.
Mas como a OMS havia decretado assim, precisava acreditar que não era simples.
Do nada veio o assunto escolhas.
“- Aqui todos tem escolhas.
“- De algum modo todos sabem a responsabilidade que tem, dos seus atos, das suas escolhas.”
Eu não entendi nada, mas deixei o assunto continuar:
“- Sigamos em paz. Faça uma boa escolha.”
Fazer escolhas sempre são momentos das nossas vidas.
Já ouvi pessoas próximas falando isto: “- você escolhe o início da sua vida, onde é importante você nascer para começar a sua jornada, para aprender e ensinar.”
O assunto não parou por aí.
“- se a gente brigar demais, deixa de gastar energias com o que importa. Fica bem.”
Continuou.
Agradeci sem entender nada da conversa.
Não havia brigado ou sequer atingido quem quer que fosse.
Uns minutos depois veio o compartilhamento de uma música. Black – Peal Jam.
Cliquei e fui para outra rede social.
Era um show antigo, do início do século 21.
“- Agora que vi que enviei a música que estava ouvindo – Estilo que gosto.”, falou.
Falamos do estilo de música.
Preferências.
Como o Rock, um estilo de música desenvolvido em 1950, ainda fazia sucesso.
Desde os meados do século passado.
Retribui com uma música um pouco mais nova, um show de 2016: “RHCP - Dark Necessities.”. A “história” contada na música me levava a pensar.
Gostava muito.
Continuamos “conversando” por um bom tempo e o principal assunto foi música: “Evanescence, Supertramp, Boney M”.
Seguimos por dias falando sobre tudo que pudesse ser interessante.
Puxões de orelhas e desentendimentos em alguns momentos.
Mas todos os assuntos sempre foram bem diversificados.
Continuaram.
Até que um dia silenciou.
Quem silenciou?
Não está claro.
Talvez quem começou.
Talvez quem continuou.
Prefiro acreditar que atingiu o objetivo.
Estava na hora de retornar, pegar o trem para o início.
Poderíamos pensar que seria o futuro.
Prefiro chamar de momento presente.
Era o limite.
A mente somente permitiu chegar até aí.
Mais, impossível.
Fora isto, só a formação de imagens contadas através de uma história.
Podem ou não ser as corretas.